terça-feira, 25 de novembro de 2008

Fernando Pessoa ligado à publicidade

- Primeiro estranha-se. Depois entranha-se.

- Uma cinta Pompadour; veste bem e ajuda sempre a vestir bem.

"Eu explico como foi (disse o homem triste que estava com uma cara alegre), eu explico como foi..."Quando tenho um automóvel, limpo o. Limpo o por diversas razões: para me divertir, para fazer exercício, para ele não ficar sujo."O ano passado comprei um carro muito azul. Também limpava esse carro. Mas cada vez que o limpava, ele teimava em se ir embora. O azul ia empalidecendo, e eu e a camurça é que ficávamos azuis. Não riam... R camurça ficava realmente azul: o meu carro ia passando para a camurça.Afinal, pensei, não estou limpando este carro: estou o desfazendo."Antes de acabar um ano, o meu carro estava metal puro: não era um carro, era uma anemia. O azul tinha passado para a camurça. Mas eu não achava graça a essa transfusão de sangue azul."Vi que tinha que pintar o carro de novo. Foi então que decidi orientar me um pouco sobre esta questão dos esmalres. Um carro pode ser muito bonito, mas, se o esmalte com que está pintado tiver tendência para a emigração, o carro poderá servir, mas a pintura é que não serve. A pintura deve estar pegada, como o cabelo, e não sujeita a uma liberdade repentina, como um chinó. Ora o meu carro tinha um esmalte chinó, que saía quando se empurrava."Pensei eu: quem será o amigo mais apto a servir me de empenho para um esmalte respeitável?Lembrei me que deveria ser o Bastos, lavadeira de automóveis com uma Caneças de duas portas nas Avenidas Novas. Ele passa a vida a esfregar automóveis, e deve portanto saber o que vale a pena esfregar."Procurei o e disse lhe: Bastos amigo, quero pintar o meu carro de gente. Quero pintá lo com um esmalre que fique lá, com um esmate fiel e indivorciável. Com que esmalte é que hei de pintar?"Com Berry/Loid, respondeu o Bastos e só uma criatura muito ignorante é que tem a necessidade de me vir aqui maçar com uma pergunta a que responderia do mesmo modo o primeiro chauffeur que soubesse a diferença entre um automóvel e uma lata de sardinhas". (tintas Berry/Loid)



Tendo explorado todos os tipos de escrita, Fernando Pessoa ligou-se também à publicidade na década final da sua vida. Antes de mais, Pessoa estudou o público (e até o dividiu em grupos) para que, no fim, podesse atraí-los com os slogans mais apropriados a cada tipo de público.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Cessar ditadura

Há 34 anos no quarto mês do ano, a uma sexta-feira, deu-se uma revolução que iria mudar as vidas das gerações actuais e, principalmente, das gerações futuras. Prisões, opressões, censuras (...), tudo acabou. Era inadmissivel que numa sociedade do século XX se assistisse a tal regime. Inaceitável era também a censura. Ser humano = liberdade.
Com tal revolução, hoje somos livres e temos vida privada. Se há que agradecer, agradece-se a soldados valentes que deram quase a vida por uma sociedade, uma sociedade que ansiava liberdade.

Escola ou Ringue?

A violência está, invitavelmente, presente na sociedade.
A escola é um dos palcos principais da violência. Racismo: talvez uma das razões. Essa discriminação leva a cenários anti-pedagógicos. Já não existe o respeito exigido para uma escola. Até professores e funcionários, por vezes, recorrem a tal acto.
Local de ensino ou mero ringue?
Sai prejudicada toda uma formação de um sujeito.

Poema do trabalho - Compreensão da dor

A tua presença cativa-me palavra a palavra
e é dor desde as magoas aos sentimentos
Vives em mim a incerteza badalada
e sonhos, os simples passatempos
vivo de memorias tão breves
E tu estarás na frente corajosamente
o pressagio doloroso vive do que tu eleges
o amar o odiar o sentimento relevante
decididamente imagino ao sonhar que por ti sombrio
na escuridão deste teu vazio


Fábio Salgueiro

quarta-feira, 12 de março de 2008

Pensamento Media

Hoje em dia ninguém pensa por si. Somos manipulados, orientados por outras cabeças, por outros pensamentos através da imprensa, revistas, rádio, TV... Cabeças essas as dos mass media!
Os mass media estão por todo o lado e nós, os receptores de toda a informação, não temos muito poder de opinião, recebemos informação e consentimos. Por este facto prova-se que não pensamos por nós. Hoje em dia, recebemos informação e não duvidamos e, então, a nossa opinião é sempre formatada pelos mass media.
Mas porquê? Porque é que deixamos que pensem por nós?!
Já é tempo de abrir os olhos e deixarmos de ser o ''povo tradicional português'', que aceita tudo sem contestação, que ''ouve e cala''.
Eles dominam o país e o mundo e até chegam a interferir nas nossas vidas pessoais. Já agimos e vestimos (por exemplo) o que eles querem.
Mas por muito que se avise, nós deixamos vir sempre a burrice de cada um ao de cima e acabamos sempre por fazer o que eles querem e aceitar tudo o que nos é transmitido.
Será que ainda não chega? Só lhes falta viverem por nós.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

A Amizade

Num conforto inquieto
Desejarei eternamente
Um sorriso inteiramente nervoso
Que me ensinará a amizade.
Que me ajudará a entristecer
Perante o inquieto conforto
De uma calma surpresa.
Tanto inesperável e diferente
Como antiga inesquecivel
É a amizade que me será ensinada.
A harmonia que me será dada

A Poesia...

A poesia é uma forma de exprimir beleza, sentimentos, emoções, artes, filosofias...
É escrever com o coração e menos com a cabeça, é transmitir desejos profundos, é descrever um Mundo e imaginar outro.
Pode ser uma confissão e às vezes até um refúgio.
A poesia é uma arte.

Florbela Espanca

Florbela Espanca, poetisa portuguesa, nasceu em Vila Viçosa, a 8 de Dezembro de 1894.
Desde cedo mostrou interesse pela poesia, escrevendo logo aos 7 anos o seu primeiro poema, A vida e a morte.
Poetisa muito aliada ao sofrimento e à mágoa. Tal sofrimento e mágoa que se pode verificar nos seus poemas. É também notório a forma como ela expõe a intimidade feminina e a sua frágil personalidade, tal fragilidade que se deve à perca de pessoas próximas e desilusões amorosas (casou-se três vezes).
Suicidou-se a 8 de Dezembro de 1930, depois de uma vida de desgostos e amarguras.