quinta-feira, 4 de junho de 2009

Cesário Verde

“Além de ser uma réplica do realismo irónico queirosiano (…) o realismo lírico de Cesário Verde será o seu esforço de autenticidade anti-retoricista, com versos magistrais, salubres e sinceros.


Cesário Verde, assim como Eça de Queirós, fazia da ironia im ''instrumento de trabalho'' para fazer os seus textos. Nos seus textos, Cesário geralmente tinha como base a sociedade, mais especificamente a sua evolução e progresso - a partir deste ponto o autor fazia uma reflexão crítica e subjectiva.
Usava e abusava da hipérbole nos seus poemas e foi bastante criticado pela sua forma de usar a ousadia, pois esta não era bem interpretada.
Cesário é um dos autores mais importantes do século XX, talvez por ter sido acusado de desequandramento num movimento literário. O autor é igualmente inconfundivel pela forma como conseguia fugir do típico ''Eu''.
Em todos, ou quase todos os seus poemas, é fácil de verificar que os elementos que o autor mais realçava era a cor e a luminosidade - traduzia um apelo directo às sensações visuais. ''É um autor dos 5 sentidos'' - recorre ao olfacto, visão, paladar, audição e tacto. Preocupava-se, se calhar demasiado, com a estética dos seus versos.

No entanto, por isto tudo, José Joaquim Cesário Verde é um autor único e uma importante referência literária do século XX.

domingo, 29 de março de 2009

Alexandre Herculano (1810-1877)

Alexandre Herculano (escritor, historiador e jornalista) nasceu em Lisboa em 1810 e faleceu em 1877.
Fruto da sua amizade com Almeida Garret, Herculano foi sendo influenciado pelo seu estilo e decidiu dedicar-se ao romantismo.
Inspirava-se na Natureza (que era o seu habitual refúgio) para fazer as suas narrativas, assim como os seus poemas.
Em 1844, Alexandre Herculano lançou Eurico, o Presbítero - obra que retrata a história de amor entre Eurico e Hermengard durante o século VII na Peninsula Ibérica.
O nacionalismo, a religiosidade e o patriotismo caracterizam uma parte da obra.

Bernandim Ribeiro

Escritor português, cuja vida é um mistério. Supostamente nasceu no ano de 1475 em Torrão.
Amor e saudade foram os temas mais procurados pelo escritor para realizar as suas obras medievais - sendo estas numa linguagem arcaica.
Em 1554, foi editada a sua obra Menina e Moça (foi a primeira de três edições). Esta obra trata-se de um romance de cavalaria, pastoril e sentimental.
A nostalgia e sofrimento consequentes de desencontros amorosos são destacados nesta obra.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Fernando Pessoa ligado à publicidade

- Primeiro estranha-se. Depois entranha-se.

- Uma cinta Pompadour; veste bem e ajuda sempre a vestir bem.

"Eu explico como foi (disse o homem triste que estava com uma cara alegre), eu explico como foi..."Quando tenho um automóvel, limpo o. Limpo o por diversas razões: para me divertir, para fazer exercício, para ele não ficar sujo."O ano passado comprei um carro muito azul. Também limpava esse carro. Mas cada vez que o limpava, ele teimava em se ir embora. O azul ia empalidecendo, e eu e a camurça é que ficávamos azuis. Não riam... R camurça ficava realmente azul: o meu carro ia passando para a camurça.Afinal, pensei, não estou limpando este carro: estou o desfazendo."Antes de acabar um ano, o meu carro estava metal puro: não era um carro, era uma anemia. O azul tinha passado para a camurça. Mas eu não achava graça a essa transfusão de sangue azul."Vi que tinha que pintar o carro de novo. Foi então que decidi orientar me um pouco sobre esta questão dos esmalres. Um carro pode ser muito bonito, mas, se o esmalte com que está pintado tiver tendência para a emigração, o carro poderá servir, mas a pintura é que não serve. A pintura deve estar pegada, como o cabelo, e não sujeita a uma liberdade repentina, como um chinó. Ora o meu carro tinha um esmalte chinó, que saía quando se empurrava."Pensei eu: quem será o amigo mais apto a servir me de empenho para um esmalte respeitável?Lembrei me que deveria ser o Bastos, lavadeira de automóveis com uma Caneças de duas portas nas Avenidas Novas. Ele passa a vida a esfregar automóveis, e deve portanto saber o que vale a pena esfregar."Procurei o e disse lhe: Bastos amigo, quero pintar o meu carro de gente. Quero pintá lo com um esmalre que fique lá, com um esmate fiel e indivorciável. Com que esmalte é que hei de pintar?"Com Berry/Loid, respondeu o Bastos e só uma criatura muito ignorante é que tem a necessidade de me vir aqui maçar com uma pergunta a que responderia do mesmo modo o primeiro chauffeur que soubesse a diferença entre um automóvel e uma lata de sardinhas". (tintas Berry/Loid)



Tendo explorado todos os tipos de escrita, Fernando Pessoa ligou-se também à publicidade na década final da sua vida. Antes de mais, Pessoa estudou o público (e até o dividiu em grupos) para que, no fim, podesse atraí-los com os slogans mais apropriados a cada tipo de público.

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Cessar ditadura

Há 34 anos no quarto mês do ano, a uma sexta-feira, deu-se uma revolução que iria mudar as vidas das gerações actuais e, principalmente, das gerações futuras. Prisões, opressões, censuras (...), tudo acabou. Era inadmissivel que numa sociedade do século XX se assistisse a tal regime. Inaceitável era também a censura. Ser humano = liberdade.
Com tal revolução, hoje somos livres e temos vida privada. Se há que agradecer, agradece-se a soldados valentes que deram quase a vida por uma sociedade, uma sociedade que ansiava liberdade.

Escola ou Ringue?

A violência está, invitavelmente, presente na sociedade.
A escola é um dos palcos principais da violência. Racismo: talvez uma das razões. Essa discriminação leva a cenários anti-pedagógicos. Já não existe o respeito exigido para uma escola. Até professores e funcionários, por vezes, recorrem a tal acto.
Local de ensino ou mero ringue?
Sai prejudicada toda uma formação de um sujeito.

Poema do trabalho - Compreensão da dor

A tua presença cativa-me palavra a palavra
e é dor desde as magoas aos sentimentos
Vives em mim a incerteza badalada
e sonhos, os simples passatempos
vivo de memorias tão breves
E tu estarás na frente corajosamente
o pressagio doloroso vive do que tu eleges
o amar o odiar o sentimento relevante
decididamente imagino ao sonhar que por ti sombrio
na escuridão deste teu vazio


Fábio Salgueiro